ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 47-1


Poster (Painel)
47-1TORTA DE ALGODÃO COMO ESTIMULANTE DO CRESCIMENTO DA MICROBIOTA EM SOLOS CONTAMINADOS POR HIDROCARBONETOS
Autores:Cavalcanti, T.G. (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Dourado, R. (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Viana, A.A.G (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Xavier, R. (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Alencar, M.L. (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Morais, J.P.S. (EMBRAPA-ALGODÃO - Embrapa algodão) ; Medeiros, E.P. (EMBRAPA-ALGODÃO - Embrapa algodão) ; Severino, L.S. (EMBRAPA-ALGODÃO - Embrapa algodão) ; Vasconcelos, U. (UFPB - Universidade Federal da Paraíba)

Resumo

O aproveitamento de coprodutos do setor agrícola é uma alternativa eficaz, permitindo agregar valor, bem como uma destinação nobre a estes resíduos. O trabalho visou verificar o potencial da torta de algodão no estímulo da microbiota em solo arenoso contaminado por óleo usado de motor. Foram preparados sistemas contendo o contaminante e o solo na razão 1:40, nas seguintes condições: BE, bioestímulo (250mg/Kg da torta); BA, bioaumento (≈107UFC/mL de Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853); e BA+BE. Um reator controle também foi preparado. Recipientes contendo 25mL de NaOH 0,5mol/L foram dispostos no solo e então os sistemas foram vedados. A incubação ocorreu à 28°C por 30d. As bactérias heterótrofas totais (BHT) foram quantificadas pela técnica do Pour plate em intervalos de 7d. A respiração microbiana foi estimada pelo CO2 produzido e capturado pelo NaOH, posteriormente titulado com HCl 0,5mol/L na presença de vermelho de fenol. O pH foi monitorado e a umidade mantida a ≈20%. Todos os ensaios foram realizados em duplicata. A concentração inicial de BHT no solo foi de 107 UFC/g, sendo incrementada 100 vezes no BE (t=7 dias), e retornando gradativamente à concentração inicial até o final do experimento, em função do esgotamento de nutrientes e acúmulo de metabólitos. Houve geração de 29,9±0,7 mg/Kg de CO2, similar ao reportado na literatura com torta de mamona (35,0) e em solos de plantio para amostras tomadas à 10cm de profundidade (31,1) e foi maior que nos solos incrementados com esterco (5,0) e bagaço de cana-de-açúcar (2,4). Quando a torta de algodão foi associada ao BA houve um incremento tardio de 10 vezes de BHT (t=14), sugerindo uma possível competição e/ou antagonismo entre a bactéria adicionada com a microbiota presente. Embora o bioprocesso tenha sido virtualmente mais lento, quando comparado ao BE, ao seu final, a população alcançava 107 UFC/g, com o valor de CO2 de 29,6±1,6 mg/Kg. Em contrapartida, no BA, apesar do aumento da concentração celular em 10 vezes (t=7), a ausência do cossubstrato não favoreceu o bioprocesso e rapidamente as BHT reduziram para os valores determinados no início do experimento. O CO2 produzido totalizou 23,6±0,4 mg/Kg, sendo o menor resultado do estudo, revelando significativas interações negativas no sistema do BA. Os valores do pH em todos os sistemas foi reduzido de 6,7±0,3 para uma média de 5,9±0,1, os quais em concordância aos resultados descritos, indicam uma microbiota metabolicamente ativa. Nas condições investigadas, a torta de algodão mostrou potencial como adjuvante nos processos que necessitem de cossubstratos, quando a maior fonte de carbono presente são hidrocarbonetos de petróleo, por estimular a microbiota autóctone ou quando o bioestímulo é associado ao bioaumento.


Palavras-chave:  Respiração microbiana, Biorremediação, Bioestímulo, Torta de algodão